quinta-feira, 30 de abril de 2015

10 dias depois…..

Eu devia escrever mais, até pra guardar pra lembrar o quanto eles aprendem no nosso dia-a-dia desestruturado, mas não lembro de bloggar e esqueço o que eles fizeram.

Hoje o pai me disse que está preocupado, que eles não estão aprendendo nada, que eles estão perdendo a velocidade na hora de fazer contas, etc.
Hummmm….. é meio verdade. Eles perderam a velocidade, sim. Mas eles ainda conseguem fazer as contas. Agora, por que eles precisam ser rápidos em fazer contas? Eu, por exemplo, sou bem devagar com números, e eu fui pra escola e sempre fui muito boa em matemática.  Essa parte da matemática é prática, mesmo. Se a gente não pratica, a gente perde. Não que a gente desaprenda, mas a gente precisa de um tempo pra relembrar. Ou alguém ainda sabe fazer tudo o que usou no vestibular?
Eles deixaram um pouco os números de lado, mas ainda usam a matemática do dia a dia, como ver horas, pesar ingredientes, formas, contas. Talvez eles nunca aprendam a tirar o mínimo múltlipo comum, mas será que isso vai afetar negativamente a vida deles?

Os meninos saíram um pouco da matemática teórica, mas andam interessados em ciências, graças a um amigo querido que adora.
Fazem juntos experiências com ímãs, conversam sobre eletricidade, materiais, e milhares de outras coisas que eu não lembro.

Nos últimos tempos, os meninos começaram a fazer pão pra família. A gente tem uma máquina de pão ruinzinha, que não assa direito. Então, eles colocam os ingredientes na máquina, deixam ela sovar e depois colocam nas formas pra assar. Fazem quase todos os dias.
Também tomam café sozinhos, então eles fazem o café deles e o da C(3). Quando eu acordo, eles já tomaram café e estão ou jogando videogame ou vendo um filme. C ainda está comendo, geralmente.

Z(7) curte bastante fazer comida. Ele ajuda bem, e se vira super bem na cozinha. J(10) não gosta muito, mas se vira também. Hoje, por exemplo, dei tomates pra um e pepino pro outro e pedi pra cortar. Cortaram tudo bem cortado, enquanto conversavam.

M(11) continua muito interessada em culinária e artes. Faz mil tipos de bolos diferentes. Essa semana também fez gummies, que são gelatinas, mesmo, mas mais durinhas. Ela procura receitas sozinha, vê se a gente tem os ingredientes, faz tudo sozinha, até lava a louça. Nossa lista de compras agora tem mais coisas escritas por ela do que por mim. Comida, mesmo, ela faz muito pouco, mas não é por não saber fazer. Sempre vem ajudar quando eu estou fazendo, mas detesta lavar a salada por medo de ter algum bichinho. Ela também consegue dobrar/cortar pela metade qualquer receita super rápido.

Sempre vem perto e fica perguntando por quê eu faço isso assim e aquilo daquele jeito, ou por quê eu coloco isso quando vou fazer isso, etc. Vejo isso como uma mudança muito boa, porque ela nunca foi questionadora. Sempre aceitava tudo como verdade e vivia só seguindo o que os outros falavam sem nunca saber o motivo.
Ela fala que não quer fazer pinturas, mas sempre que eu pego as tintas pra C brincar, M vem também e começa.
Anda desenhando muito. Vira e mexe vou ao quarto dela e lá está ela, caderno e lápis, fone na orelha ouvindo música. Concentradíssima, na maioria das vezes nem percebe que estou por lá.
Agora está trabalhando em um presente de aniversário pra avó e um presente pra madrinha. Está há dias espalhando lã de feltragem pelo quarto, fazendo milhares de coisas, testando outras tantas até chegar a um resultado satisfatório. Até C quis fazer, de tanto que M se diverte fazendo essas coisas. Hoje acabamos o dia as três no chão do quarto com agulha, lã e esponja em mãos.

C(3), então, aprende tudo em uma velocidade incrível! Tanto o inglês quanto o português dela estão cada dia melhor. A coordenação dela, acredito, é muito avançada. Ela ama ajudar na cozinha, então já faz um tempo que ela que corta batata e cenoura. Também é ela quem corta os nossos frios e queijos. Não fica tudo lindo, mas ela faz certinho. Se eu peço pra cortar em quatro pedaços, ela corta em quatro pedaços. De vez em quando sai um com 5, ou 6, ou 3, mas ainda assim, quase sempre ela acerta. Se eu peço pequenininho, ela corta pequenininho. Ela me vê costurando, fazendo molde ou cortando molde/pano e sempre quer fazer igual. Já tenho pra ela umas folhas de molde pra cortar, alguns pedaços de pano e ela fica lá, perto, mas na dela, enquanto eu estiver lá. Corta o tecido, coloca alfinetes e me dá pra costurar na máquina. Também fica brincando de pular e dar cambalhota. Agora, a brincadeira da vez é se pendurar. Vive pendurada na barra, em algum braço, na maçaneta, no carrinho do mercado.

Outra coisa que a gente comprou foi uma corda,  bem comprida e pesada. A gente chega a ficar uma hora lá fora e eles pulando, pulando, pulando. Meu braço fica que não aguento de dor, haha, mas é uma delícia ver que eles se divertem - e se exercitam - assim. E, claro, usam a corda pra fazer balanços (e a gente tem uma balança no quintal), se pendurar, fazer cabo de guerra, limbo (ou era mambo?).

Ainda tem mais um monte de coisas que eles fizeram que eu não escrevi, porque esse post está muito longo.

Eu, quando vejo essa lista, fico é orgulhosa de ver quanta coisa eles estão aprendendo. Mas aprendendo de verdade, na hora deles, e por eles, sem ninguém ficar em cima, cobrando. Vejo todas as matérias ali, misturadas.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Rotina - ou a falta de.

Quando eu lia revistas e sites sobre maternidade, todo lugar me falava que rotina é a melhor amiga das mães e das crianças. Sem ela, o caos é inevitável, bla bla blá.
E eu sempre acreditei. Então sempre tive uma rotina. Uma rotina diária (horários das refeições, banho, leitura, TV, parque, etc), a semanal (mercado, visitas, passeios, etc), a mensal (visitas, compras, etc). 
Meus filhos eram tranquilos, sempre sabiam o que ia acontecer e, realmente, quase nunca davam trabalho. Eu é que sempre tinha uma neura em manter a rotina e, muitas vezes, me estressava.

Daí começamos o homeschooling. 
E, bom, gente abandonou a rotina. De verdade, não temos mais. Nossos dias podem ser muito parecidos por vários dias seguidos, mas aí mudam completamente.

A gente acorda, cada um, na hora que quer. A gente come, cada um, na hora que quer. A gente faz as coisas que precisam ser feitas, não as coisas que estavam programadas.

O almoço pode ser ao meio dia, ou pode ser às 3 da tarde. De vez em quando, nem temos almoço. Os meninos, que acordam mais cedo, comem um sanduíche ou frutas e o resto vai até a janta.

O jantar é a única refeição em que a gente come junto, a mesma comida, todos os dias. 

Claro, tem aulas com dias marcados, tem consultas médicas, tem dentista, tem viagem, tem visitas, e coisas que são pré agendadas, mas o resto do dia não tem mais que seguir nenhuma rotina certa.

E o que eu quero dizer com isso tudo?
Bom, meus filhos continuam dando pouco trabalho. Eles (e a gente, os pais) não sabem o que vai ser do dia, mas eles não estressam por causa disso. Se eles querem ir à biblioteca hoje, e amanhã resolverem ir de novo, tudo bem. Se o tempo estava feio e a gente resolver não ir ao parque, tudo bem. Mas se abrir o tempo, a gente pode resolver ir, assim, de uma hora pra outra. Eles continuam as mesmas crianças e o caos não tomou conta. 
A gente conversa, avisa. Por exemplo, a gente pode avisar que hoje a gente precisa ir ao mercado e que nós vamos depois do almoço. Então eles se preparam pra ir ao mercado psicologicamente e não vão dar chilique. Mesmo sem estar "no dia de mercado".
Liberdade não tem preço. Pra mim, claro, foi ótimo poder comer porque está com fome, e não porque é hora de comer. E pra eles também. Eles estão aprendendo a ouvir os sinais do corpo, de sono, de fome, de banheiro, de social. Se eles estiverem com fome, eles vão comer porque estão com fome, não importa a hora. Se eles estão sem sono, ué, eles não precisam ir pra cama às 9 da noite, mas que talvez fosse legal eles deitarem porque no dia seguinte a gente vai acordar cedo pra fazer alguma coisa. Se eles estão com saudades dos amigos, eles vão atrás e ligam, ou mandam email ou convidam pra vir aqui porque eles quiseram. 
E eles estão desenvolvendo habilidades que vão desde programação, conversa, argumentação e resiliência. Só por causa dessa falta de rotina.

Para a gente, foi maravilhoso jogar a rotina pro ar. E me arrependo de não ter feito isso antes!

Mais sobre leitura

M(11), quase toda noite, chama C(agora 3) pro quarto e fala:
- Story time!

C vai correndo, toda feliz, repetindo "Story time!" e ficam as duas na cama. M lê, C fala, comenta, mas fica lá deitada o tempo todo, até M cansar de ler e dizer que chega.

M era tão insegura na leitura que não lia nada, nem o preço das coisas. Acho lindo ver o quanto ela anda mudando e crescendo e aprendendo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Nesses dias….

Tivemos a festa do J(agora 10).

Essa foi a festa mais fácil de fazer.
O bolo oficial foi meio ruim, difícil de fazer, mas eu e a M(11) fizemos em algumas horas. Fiz humus na noite anterior e pronto.

Eu e ela ainda fizemos um bolo de maçã simples, que ficou bem gostoso, mas as crianças não gostaram muito (haha, digam bolo de adulto).
De resto, eles fizeram maionese, lanches, cortaram palitinhos de legumes.

Enquanto eu e o pai arrumávamos os ovinhos no lugar, eles arrumaram o deck, a mesa, as bebidas, os copos….
Estava tudo pronto uma hora antes da festa. Incrivelmente.

E a gente vê, assim, o quanto eles são capazes.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Dos momentos "inúteis"

Estavam os 4 vendo Moranguinho. C(2) mudou a língua pra espanhol. E eles continuaram assistindo.
Dali a pouco, eles começaram a morrer de rir:
- Mãe, ela falou "senhor Cara Larga"!
Senhor Cara Larga = Mister Long Face

Em português, claro, a tradução não seria essa, mas eles acharam muito divertido que espanhol usa a mesma palavra do português, mas que fica tão "engraçado".
De quebra, aprenderam "fresa".